sábado, 31 de março de 2012

DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR!
CRISTO VAI AO ENCONTRO DA MORE COM LIBERDADE DE FILHO!

A oferta de sacrifícios a Deus parece constituir, em todos os povos, a expressão mais significativa do senso religioso do homem. Despojando-se de tudo o que lhe pertence por conquista ou pelo trabalho, o homem reconhece que tudo pertence a Deus e lho restitui em agradecimento. E quando uma parte do que foi sacrificado é comida pelos ofertantes, então se estabelece uma comunhão simbólica entre Deus e os comensais, uma participação da mesma vida.
Na Bíblia, as tradições sacerdotais nos dão a conhecer uma legislação completa, que poderia facilmente assumir valor autônomo e, portanto, formalista, esquecendo o significado da ação cultural em relação à salvação integral do homem. Os profetas lembram frequentemente que Deus só aceita as ofertas e sacrifícios se são acompanhados de uma atitude interior de humildade, de oferta espiritual de si mesmo, de conhecimento da própria e radical pobreza e da necessidade de uma libertação que nós sozinhos não podemos obter, mas podemos invocar e esperar de Deus.


O servo de Javé


A pobreza é, pois, o sacrifício espiritual, isto é, a realidade profunda de toda oferta e imolação de animais e de coisas em honra de Deus. Esta é uma atitude dos "pobres de Javé", e especialmente do "Servo de Javé"; este, tanto no sentido individual como no corporativo. Enviado para salvar seu povo (a humanidade), é obrigado a suportar perseguições e ultrajes; aceita-os, entretanto, com paciência e mansidão, sabendo que Deus o salvará.


segunda-feira, 26 de março de 2012

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR

Na Igreja antiga celebrava-se, pouco antes do Natal, o mistério da Encarnação; a isso se referem ainda hoje os textos litúrgicos do terceiro domingo do Advento.
Não foi apenas uma preocupação de exatidão cronológica que contribuiu para fixar a festa da Anunciação nove meses antes do nascimento do Senhor, cálculos eruditos e considerações místicas fixaram igualmente em 25 de março a da da crucifixão de Jesus e da criação do mundo. Deus não entrou no mundo pela força; quis "propor-se". O "sim" de Maria realiza definitivamente a aliança. Nela está todo o povo da promessa: o antigo (hebreus) e o novo (a Igreja); "o Senhor está com ela", isto é, Deus é nosso Deus e nós somos para sempre seu povo. As leituras da liturgia de hoje - que é uma solenidade do Senhor - nos orientam para o mistério da Páscoa. O primeiro, o único "sim" do Filho, que, entrando neste mundo, disse: "Eis que venho para fazer a tua vontade" (Sl 39; Hb 10,4-10), recebe a resposta do Pai, o qual, depois da oferta dolorosa da paixão, selará com a ressurreição, no Espírito, a salvação apresentada a todos através da Igreja. A Encarnação é também o mistério da colaboração responsável de Maria na salvação recebida como dom. Revela-nos que Deus, para salvar-nos, escolheu essa pedagogia, a de passar através do homem: "...e o verbo se fez carne e veio habitar no meio de nós...e nós vimos a sua glória" (Jo 1,14).
Repetindo em cada missa: "Fazei isto em memória de mim!", o Senhor nos ensina a "darmos" também o nosso corpo e nosso sangue aos irmãos. Tornamos assim digna de fé a salvação de Deus, encarnando-a também nos pequenos "sim" que todos os dias repetimos, a exemplo de Maria.


 

segunda-feira, 19 de março de 2012

SÃO JOSÉ ESPOSO DA VIRGEM MARIA.

São José legou a Jesus a descendência de Davi. Jesus pôde, portanto, reivindicar este título messiânico prenunciado pela Eucaristia. Esta função de José é posta em particular relevo pela dupla genealogia de Jesus que os evangelistas nos deixaram (Mt 1,1-17; Lc 3,23-38). Além disso, José, o patriarca que realiza o tema bíblico dos "sonhos" (Mt 1,20-24; 2,13-19), com os quais Deus frequentemente comunicou aos homens suas intenções. Como João Batista é o último dos profetas, porque aponta (Jo 1,29) aquele que as profecias anunciaram, José é o último patriarca bíblico, que recebeu o dom dos "sonhos" (Gn 28,10-20; 37,6-11). Essa semelhança com os antigos patriarcas manifesta-se, ainda mais claramente, no relato da fuga para o Egito, com a qual José refaz a viagem do antigo José, a fim de que se cumpra nele e em Jesus, seu filho, o novo êxodo (Mt 2,13-23; Os 11,1; Gn 37; 50,22-26). Enfim, José, é o chefe da modesta família, na qual os seus contemporâneos puderam constatar a realidade da encarnação do Verbo e descobrir a grandeza das humildades realidades temporais de que Deus se serve para realizar seu plano.
José, esposo de Maria, é o último dos justos, do Antigo Testamento que vive em fé. Pela fé mereceu ser o guardião da "promessa" agora realizada no "mistério de salvação". O Evangelho o apresenta como uma figura fundamental no desígnio de amor do Pai, com uma função de "sinal" privilegiado da paternidade de Deus. A devoção popular, impondo tanta veneração a São José, reconhece profundamente que Deus escolhe para a sua obra pessoas mais adequadas e no momento mais justo.
Quem preside a liturgia Eucarística desempenha, como São José, um papel de "guarda" e administrador do mistério de salvação. O espírito de serviço dos ministros do culto deve, enfim, tornar digna de fé a maternidade da Igreja, a paternidade de Deus. As escolhas do Pai são fundamentalmente "justas" e não escapam aos enganos ligados ao risco da liberdade humana que Deus sempre respeita.







SÃO JOSÉ, ROGAI POR NÓS!